domingo, 20 de fevereiro de 2011

FICHA DE LEITURA 01

Imagem: http://migre.me/3UQli

Fiz "alguns" fichamentos de textos que utilizei, ou não, para minha pós. Escolherei alguns para dividir com minha "dúzia" de 4 ou 5 leitores visando divulgar/estimular a leitura do texto completo. Dos mais longos selecionarei apenas algumas frases e excluirei meus comentários. Eis o primeiro:

MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO

ARGENTO, M. S. F. Mapeamento geomorfológico. In: Guerra, A.J.T. e Cunha, S. B. (org.) Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.p. 365-392.

1. Aplicabilidade dos Mapeamentos Temáticos em Geomorfologia

No contexto operacional, os mapeamentos geomorfológicos ainda não seguem um padrão predefinido, tanto em nível de escalas adotadas, como quanto a adoção de bases taxonômicas a elas referidas. Nesse ponto recai, essencialmente, a dificuldade de um critério padronizado para a elaboração de mapeamentos temáticos em bases geomorfológicas”. (p. 365-6)

A Geomorfologia serve de base para a compreensão das estruturas espaciais, não só em relação à natureza física dos fenômenos, como a natureza sócio-econômica dos mesmos”. (p. 366)

A utilização de tais mapas contribuirá, certamente, para a elucidação de problemas erosivos e deposicionais que, porventura, venham a ocorrer em áreas de grande extensão, assim como viabilizará, mediante entrecruzamentos com outros mapeamentos temáticos, a elaboração de cenários ambientais, como por exemplo, áreas de instabilidade de taludes e de erodibilidade, e ainda áreas de risco de movimento de massa e inundação”. (p. 367)

2. Diferentes Escalas de Detalhamento em Mapeamentos Geomorfológicos

Os planos diretores, sejam regionais, urbanos ou rurais, devem levar em consideração as limitações e as potencialidades dos recursos naturais relativos aos meios físicos, biótico e também às condições sócio-econômicas”. (p. 367-8)

O planejamento, tanto nas escalas regionais como nas de maior detalhamento, de maneira geral, não tem considerado as características impostas pelo meio físico, principalmente por não haver uma base de dados que atrele as diferentes escalas cartográficas com as respostas, no nível taxonômico”. (p. 368)

O grande potencial na aplicação de mapeamentos geomorfológicos está no interfaceamento com os projetos de planejamento da ocupação humana, com vistas à economia dos recursos investidos, mediante a prevenção de problemas futuros”. (p. 368)

As duas primeiras situações atendem, essencialmente, a produtos voltados ao planejamento regional ou a trabalhos de macrozoneamentos...” (p. 368)

DOMÍNIOS MORFOESTRUTURAIS – características geológicas (direções estruturais, controle de drenagem,...): cadeias dobradas, antigas geossinclinais, estruturas falhadas, maciços intrusivos e grandes derrames efusivos

REGIÕES GEOMORFOLÓGICAS – “compartimentação reconhecida em termos regionais”; “o fator clima é preponderante (…) associando processos geradores a formas resultantes”.

Segue legenda de mapeamento em escala regional: 1: 1.000.000; 1;500.000.

UNIDADES GEOMORFOLÓGICAS – para mapeamentos aferidos a uma escala de 1:50.000; arranjo de formas fisionomicamente semelhantes em seus tipos de modelados (geomorfogênese, fatores paleoclimáticos, comportamento da drenagem, condicionantes litológicos ou tectônicos, etc.). “(...) cabem como legenda: os tipos de drenagem (perene, intermitente), presença de lagoas e de represamentos; localização de anfiteatros, cristas assimétricas ou simétricas, escarpas de chapadas ou de blocos falhados, colos, patamares, topos, contato angular e/ou contato côncavo entre baixas vertentes e baixada, terraços, linhas de falésias, (...), talude de detritos, planícies fluviais, etc.

TIPOS DE MODELADOS – ideal para planejamento municipal; formas com similitude geométrica, gênese comum, generalização de processos morfogenéticos comuns. As quatro tipos prioritários:

o de acumulação: fluvial, marinha, fluviomarinha, lacustre, fluviolacustre, eólica, coluvial e de inundação;

o de aplainamento: pediplanos degradados;

o de dissecação: topos convexos, tabulares e aguçados, ravinamentos e voçorocamentos

o de dissolução (karst)

Para elaboração de mapeamento geomorfológicos por iniciantes, é aconselhado, em nível de metodologia, um primeiro contato com a base conceitual, buscando atrelar as formas resultantes aos processos geradores e modificadores dessas formas e à respectiva constituição do terreno e sua ocupação (uso do solo). Esse caminho facilitará, posteriormente, a delimitação dos polígonos nas diferentes escalas aqui preconizadas. Torna-se, ainda, importante o controle de campo no nível de todas as escalas de detalhamento a fim de se ter confiabilidade no produto final”. (p.383)

3. A Moderna Tecnologia em Mapeamentos Temáticos.

Parâmetros dos mapeamentos temáticos:

o Boa base conceitual em Geomorfologia;

o Escolha das legendas;

o Utilização do sensoriamento remoto e processamento digital (macro e mesoescalas);

o Uso de cartografia computadorizada.

“(…) para projetos de gerenciamento ambiental ou, até mesmo, de gestão territorial, o mapeamento temático em bases geomorfológicas, não necessita do emprego de uma refinada técnica cartográfica, já que a base dos diferentes planos de informação é ajustada aos mapas planialtimétricos, e esses, sim, devem ser elaborados segundo uma rígida base cartográfica. Este fato, no entanto, não implica fugir das regras cartográficas básicas afim de que se chegue a um produto que represente mapeamento geomorfológico confiável”. (p. 384)

A utilização de alguns softwares, com resolução, hoje em dia, se constitui numa ferramenta de trabalho muito usada para elaboração de mapas temáticos, como os geomorfológicos.” (p. 384). Menciona CAD, SGBD, MDT e PDI, “cada um, porém, tem sua função particular e suas pecuiaridades”.

4. Mapeamentos Geomorfológicos como Suporte ao Planejamento Ambiental

Projetos relacionados a planejamento ambiental tem contado com o suporte operacional de Sistemas de Informações Geográficas. A utilização dessa metodologia traz embutida a elaboração de um conjunto de carta temáticas, em que o mapeamento geomorfológico se traduz numa carta fundamental para ser entrecruzada a outros planos de informação e gerar cenários ambientais, quer no nível urbano, rural ou regional”. (p. 385)

“(...) os mapeamentos geomorfológicos saem do contexto academicista e se expandem ao nível de associação multidisciplinar, abrindo, com isso, possibilidades de ampliação do mercado de trabalho especializado”. (idem)

BOA LEITURA! Comentem!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O geógrafo que gostava de fotografia, de música e de vulcões


Amanhã é o aniversário de 100 anos daquele que é considerado por todos os seus pares como o maior entre todos os geógrafos portugueses: Orlando Ribeiro. Segue a sugestão de dois links para quem desejar conhecê-lo melhor:
1. A notícia (o título desse post é de lá):

2. Site oficial (a foto é de lá):

A idéia do post e a lembrança do aniversário veio de um geógrafo e blogueiro/tuiteiro que viveu na terra de Orlando Ribeiro, a quem eu sigo há vários fevereiros: Luiz Amadeu Coutinho.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A RODA


Animação de origem alemã, intitulada Das Rad - A Roda, apresenta "O eterno devir e a vida própria da terra diante da ínfima vida humana!", conforme comentário no youtube. Legendas em português.
De uma forma menos rebuscada e própria digo que é uma forma de avaliarmos o descompasso entre as forças da natureza e a atividade humana. E mais: grande parte das respostas que buscamos está na própria natureza.
A idéia desse post surgiu na GEOMORFOLISTA, numa mensagem do Prof. Múcio Figueiredo, da Universidade Federal de São João del-Rei, a quem agradecemos essa e outras indicações de textos, de livros, idéias, etc. Assinem e colaborem com a lista.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

MAPAS ANTIGOS


A UNESCO mantem um site com mapas digitalizados em alta resolução de diversas partes do mundo, incluindo, é claro, o Brasil e, mais especificamente, o Maranhão. Para fazer uma visita, clique AQUI. Explore o que puder, vale a pena. Para acessar matéria completa acesse AQUI.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

ASSUNTO LAMENTÁVEL


Notícia publicada na revista Veja de 02.02.2011:

BELEZA DE "AUXÍLIO"

O Ministério Público do Maranhão investigará a distribuição irregular de bolsas de estudo entre aliados da governadora Roseana Sarney, do PMDB.
A Fundação de Amparo à Pesquisa [FAPEMA], ligada à Secretaria de Ciência e Tecnologia, pagou bolsas de "auxílio à pesquisa" a ex-prefeitos, secretários de estado e lideranças regionais petistas. Em 2010, por exemplo, o secretário-geral do PT no Maranhão, Fernando Antonio Magalhães, levou 32.000 reais. Ele próprio admite que não esteve inscrito em curso algum, nem trabalhou em nenhum estudo no período. Magalhães recebeu a bolsa até dezembro. Neste mês, não precisou mais dela: foi nomeado assessor de gabinete do vice-governador.

Comentários:
1. Sobre o absurdo: Precisamos nos indignar mais. Demorei para postar isso achando que era notícia velha, mas ela não saía da minha cabeça, principalmente por lembrar a via crucis de um professor da Uema em busca de recursos.
2. O CESC-UEMA recebe o equivalente a uma bolsa dessas para custear as despesas administrativas mensais (32.000/12 = 2.600), às vezes um pouquinho mais.
3. O Curso de Geografia não tem sequer um datashow.
4. As salas de aula são insuficientes para os cursos. Sala de professores? Utopia.
5. A biblioteca está sendo informatizada agora. O ar condicionado não funciona e parte do acervo está se decompondo.
6. ... e por aí vai. A lista de necessidades, assim como a ganância dessa corja, é enorme.
7. Não vale retrucar dizendo que a foi a Veja que publicou. Procurem outra.
8. A propósito: a foto foi retirada do blog VOX LIBRE. Vale 1 (milhão) visita(s).

sábado, 5 de fevereiro de 2011

PORTABLE GIS

Para quem dispõe de pouco espaço no HD, coisa rara hoje em dia, tem dificuldades para instalar ou quer apenas conhecer um software existe a opção dos programas portáteis, ideais para trabalhar em netbooks, ou em locais que não disponham dos programas instalados. São muito bons para serem usados também em treinamentos e cursos rápidos.
Para geoprocessamento existe uma solução: foi liberada a versão 2 do Portable GIS, uma excelente aplicação para ser executada a partir de um disco externo, um pendrive e até de uma câmara digital  com os programas necessários para o manejo de informação  de espacial tanto a nível de escritório como web.
O arquivo instalador tem 467 MB, mas requer ao menos 2GB livres no pendrive para ser instalado, pois uma vez descompactado e funcionando chega a 1.2 GB o espaço requerido.
O pacote surpreende pela quantidade de programas que contem:
Software GIS de escritório
uDig (1.1.1)

GvSIG (1.1.2)
Quantum GIS (1.02)
Manipuladores de bases de dados:
PostgreSQL (8.4.01) (PgAdmin III y Psql Tools)
Programas para serviços web:
MySQ Database server
Postgre SQL Data server
Xampplite: PHP,
Apache (1.6.2)
Geoserver (1.7.6)
Aplicativos adicionais:
FWTools: ogr, gdal, python, mapserver, openEV (2.4.2)
Tilecache (2.10)
Featureserver (1.12)
PgAdmin III (1.10)
OpenLayers (2.8)
Utilitários: 
SqlSync (plataforma para sincronização de bases de dados)
GeoMetadataExtractor (extrai metadatos de imagens georreferenciadas)
Shp2Text (converte arquivos shp, com columnas de coordenadas)
Ogr2Gui (GUI para OGR toolkit)
ShapeChecker (Checa e corrige shape files corrompidos)
Como funciona
Simplemente baixe o instalador, execute-o e escolha a unidade de disco onde deseja a instalação.  Isto cria um executável que contem o menú, uma pasta chamada “USBGIS” que contem todos os programas, incluindo um arquivo autorun.info.
Sempre que for conectar o pendrive, deve-se executar o "setup Portable GIS”, para que o sistema reconheça o caminho que o sistema designou no dispositivo.  Após essa simples tarefa os programas estão prontos para o uso a partir de um painel onde você pode escolher o que vai utilizar no momento.

GEOMARKETING



Matéria introdutória para um tema moderno e desafiador. São novas (?) aplicações da velha geografia. Proposta: a Geografia ajuda o marketing, certo? O marketing poderia nos ensinar a vender melhor esse produto que todo mundo conhece e o consome tão pouco: a Geografia. Às vezes acredito que nós geógrafos temos uma autoestima muito baixa. precisamos investir em modernização, incluindo aí muitas mentes ou modos de pensar.
Clique AQUI para acessar a matéria da revista Geografia da Editora Escala. Comentem!


sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

GRÁFICOS - Modelos Prontos


Para quem não tem muita habilidade com as planilhas eletrônicas, ou simplesmente quer ganhar tempo, eis a solução: existe um SITE onde você pode visualizar o gráfico mais adequado para exibir seus dados, copiar o modelo, inserir seus dados e pronto!
Obtive essa informação neste excelente blog: Coordenadas-geograficas.
Cliquem nos nomes para visitar cada um deles.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

SOFTWARES PORTÁTEIS


Acredito que todos aqueles que trabalham com geoprocessamento já ouviram falar no Spring e no TerraView. Por diversas razões nos recusamos, às vezes, de instalar tantos softwares em nossas máquinas. Pensando nisso o Luis Sadeck desenvolveu os portáteis desses dois programas. Vejam os links:

1. SPRINGhttp://geotecnologias.wordpress.com/2011/01/29/spring-5-1-7-portable/


2. TerraViewhttp://geotecnologias.wordpress.com/2011/01/03/terraview-3-6-portable/


Mais uma vez, obrigado pela iniciativa.

SOBRE GEOPROCESSAMENTO


A quantidade de informação disponível na web é incomensurável, eu sei. Entretanto, não custa repassar aqui algumas novidades que tenho acesso:

* * *
01. Matéria publicada no Jornal Pequeno pelo Prof. Dr. Sofiane Labidi (UEMA): http://www.jornalpequeno.com.br/2011/1/30/geoprocessamento-144710.htm

Sugestão de Luis Sadeck, que, por sinal, citou esse blog no seu twitter. Obrigado.

* * *

02. Livro: Geoprocessamento na Gestão e Planejamento Urbano, oriundo da tese da Profa. Dra. Ana Clara Mourão Moura. Acabei de adquirir e recomendo. Procure no site da Mundo geo (http://mundogeo.com/). Estamos na metade de um curso com ela aqui na UFPI e posso dizer que adquiri novo ânimo para minha tese. Veja a seguir o por quê. Aproveite para visitar a página da professora clicando no nome dela.

* * *

03. Além do livro, recomendo o SAGA - Sistema de Análise Geo-Ambiental, software desenvolvido pelo Prof. Jorge Xavier-da-Silva, da UFRJ, introdutor do geoprocessamento no Brasil. É muito, muito bom. É extremamente didático, poderoso em raster e ganhou recentemente uma nova interface, muito bonita e amigável. Para mim o seu desempenho foi uma grata surpresa. Só faltava ser grátis. E é!!. Acreditem. Baixem, estudem e usem à vontade: http://www.lageop.ufrj.br.

VELHAS CARREIRAS, NOVAS PERSPECTIVAS


Cada vez mais, trabalhadores aderem a trabalhos pouco conhecidos da sua profissão

Além dos mapas. Quando o estudante Pedro David Albuquerque, de 24 anos, entrou na faculdade de geografia, acreditava que uma das melhores opções de carreira era a de professor universitário. No fim do segundo ano do curso, conseguiu um estágio em uma área que até então desconhecia, o geomarketing, técnica que utiliza a localização geográfica para analisar as melhores possibilidades de mercado para uma empresa. Há mais de dois anos na área, ele mudou de emprego, mas não de carreira. "Quando comecei a estudar geografia, diziam que eu tinha dois caminhos: ser professor ou trabalhar no mercado de engenharia com geoprocessamento. Com o tempo, vi que existiam outras possibilidades."

O demógrafo Reinaldo Gregori, fundador da empresa de geomarketing Cognatis, diz que a profissão é promissora. "Com os avanços econômicos e o esgotamento dos mercados óbvios, esse tipo de estudo se torna cada vez mais necessário para as empresas. E a procura por profissionais do ramo só tende a aumentar." No entanto, considera a disseminação desse tipo de conhecimento muito pequeno nas universidades. "Os cursos ainda só preparam o aluno para trabalhar na academia."

A consultora de recursos humanos do Grupo DMRH, Naamisis Campos, diz que muitas carreiras têm apresentado novos nichos em decorrência do aquecimento do mercado de trabalho e da flexibilização das formas de contratação. (...) "As empresas não olham só para o técnico, elas procuram pessoas com fluência em outro idioma, conhecimento tecnológico e visão de negócio", afirma Naamisis.

Notícia publicada pelo "Estadão" em 30 de janeiro de 2011:

http://economia.estadao.com.br/noticias/not_52984.htm

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